Porque as vezes esperamos uma situação chegar no limite para que possamos nos movimentar no sentido de nos desvencilharmos de situações, pessoas que nos fazem mal?
Aprendemos no decorrer da história da humanidade sobre tolerância, compaixão, sobre perdoar, sobre reconciliação, etc. E mais novo ainda, que tudo que nos incomoda fora, significa que tem algo dentro que precisa ser olhado.
O bacana realmente é estarmos voltados para o desenvolvimento das virtudes da alma. E saber perdoar, termos compaixão, nos reconciliarmos, tudo isso são virtudes que nos elevam. E mais ainda, nos trabalharmos em questões nossas que muitas vezes são inconscientes, nos torna pessoas cada vez mais conscientes e menos julgadoras. O desenvolvimento dessas virtudes nos eleva acima dos julgamentos, acima da dualidade, acima do certo e do errado, do bom e do mal e isso nos mantem conectados com a nossa essência que está além disso tudo!
Isso é o que ensino nas aulas de mediunidade, que ensino para os meus clientes, que ensino nos cursos de thetahealing e que busco usar na minha vida!
No entanto, depois de exaustivas buscas (É, exaustivas, pois mesmo buscando sempre olhar com graça e leveza para os acontecimentos da vida, ainda me pego algumas vezes em um processo de auto cobrança. Mas a busca não precisa ser exaustiva e creio que seja um processo inerente a muitos buscadores, liberar uma tendência de busca por um comportamento considerado elevado, de maneira exagerada).
Pois é, observando um pouco melhor, com muito trabalho interno, me deparando com as mais variadas situações, comecei a questionar de forma mais profunda o que significa olhar sempre para dentro, o que significa perdão, compaixão, reconciliação, etc.
Se alguém age de uma maneira que fere os seus valores, o seu sistema de crenças, precisamos sempre olhar para dentro?
Se algo acontece que nos fere, precisamos sempre olhar para dentro e perceber se tenho aquilo em mim? Se me deparo com o ódio, tenho ódio em mim, ou se me deparo com a falta de ética, tenho aquilo em mim também, se me deparo com a falta de organização de alguém, nossa.... tenho aquilo em mim também! Sim, acredito nisso, acredito que o todo está em nós, que nós somos o todo. Já tivemos variadas experiências na nossa jornada como seres eternos que somos, nossos ancestrais também já viveram diversas experiências, e tudo isso, está armazenado no nosso DNA.
Mas e quando já liberamos, curamos, ressignificamos aqueles eventos relacionados aos sentimentos, posturas que estão nos incomodando e ainda sim, continuo atraindo situações que me ferem?
O caminho de muitos buscadores muitas vezes está permeado de auto exigência. O tempo todo estamos nos observando para não cair na armadilha do famoso efeito espelho. Mas, será mesmo que sempre o fato de eu observar algo que fere a minha escala de valores significa que tenho aquilo em mim e preciso trabalhar, curar, ressignificar, limpar, etc?
Será que estou atraindo situações, pessoas, eventos variados que não me fazem bem somente por isso? Suspiros... Caramba, que pesado as vezes né?
Pois vou contar uma coisa para vocês: Às vezes, não existe o que consertar, curar, ressignificar, perdoar. Às vezes, precisamos aprender apenas sobre a sutil diferença entre aceitar as coisas como se apresentam e definir o que queremos ou não queremos em nossas vidas.
Aceitação, entendimento do sistema de crenças, escala de valores de alguém, perdoar, ter compaixão não necessariamente significa que você precise permitir que aquela situação faça parte da sua vida ou que você precise ser conivente com aquilo. Sim ela faz parte do todo e nós somos o todo, mas isso não significa que eu preciso conviver com frequências que não são compatíveis com o que acredito ou quero para mim.
Podemos nos permitir isso e também permitir que cada um seja o que quer ser, sem grilos, sem neuras, sem ai meu Deus, eu não sei perdoar, eu não sei aceitar ou eu não sei o que é compaixão.
Nos desvencilharmos de situações e pessoas que nos fazem mal é auto amor, auto respeito, é manter a nossa integridade. Sem rejeições do outro, posso olhar, entender o contexto dele e dizer: Está tudo bem, cada um vive o que é importante para sua jornada de evolução, no entanto sigo a minha caminhada.
E essa é a beleza da vida, aceitação da diversidade, fica mais leve, mais fluido. As pessoas, situações que vem e vão na grande dança da vida e está tudo certo! Não deixar chegar no limite de uma situação para então realmente sentirmos raiva, angústia e outros sentimentos mais que perturbam a nossa paz.
E você, sabe quando precisa realmente olhar para dentro e ajustar algo em você e quando estabelecer limites?
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